Atlético 1×0 Ceará – Belo Horizonte
Quando a bola rolou na Arena MRV, exatamente às 16h, o Atlético ocupava a 15ª colocação do Campeonato Brasileiro e somente dois pontos…. Gooooool do Galo. Alan Franco faz 1 a 0 logo aos 20 segundos de jogo. Bem, como eu estava dizendo, o Atlético começou o jogo somente dois pontos acima da zona do rebaixamento. Portanto, vencer o Ceará era fundamental.
Definitivamente não foi uma grande atuação. O gol logo no primeiro ataque, construído através do belo lançamento de Gustavo Scarpa, toda a qualidade técnica do Dudu e finalização precisa de Alan Franco, fez parecer que o Atlético teria uma tarde tranquila. O céu estava aberto, a temperatura era agradável – menos para os torcedores que estavam em partes dos setores do lado leste, que pegaram bastante sol durante o primeiro tempo – e gol logo de cara. Um dia lindo em BH.
Mas como virou brincadeira após o jogo, o Galo jogou bem até o gol. Depois sofreu bastante. O Ceará foi quem criou as melhores chances e fez de Everson o melhor jogador em campo. O goleiro que está perto de completar 100 partidas do Brasileirão pelo Atlético sem sofrer gols. Não fosse Everson, a tarde agradável certamente não se tornaria uma noite de muita paz para os atleticanos.
Com o mês de outubro entrando na última semana e o 11º mês dos 12 que tem um ano batendo à porta, pouco importa se o Atlético vai jogar bem ou vai jogar mal. O que importa é o Atlético vencer. Seja na base marra, seja na imposição física, seja pelo peso da camisa ou até mesmo com uma pitada de sorte. O que vale até o fim da temporada é vencer. Até porque o Galo o fez bons jogos contra Juventude e Cruzeiro, por exemplo, mas não venceu.
E isso vale também para a Copa Sul-Americana. Na terça-feira tem o duelo de volta com o Independiente del Valle. Uma vitória simples classifica o Atlético para a decisão do torneio. Claro que jogar bem e vencer é o cenário ideal. Mas para um time que não conseguiu manter uma sequência de grandes atuações durante quase toda a temporada, o que vale mesmo é vencer.
Já foi o tempo de jogar bem
“Soube sofrer para vencer”. Talvez seja a frase que mais me irrita no futebol. É tipo uma credencial para o time jogar mal, afinal quem atua dessa maneira está mais próximo da derrota do que da vitória. Definitivamente não concordo com isso. Porém, não sou incoerente ao pedir que o Atlético neste fim de temporada vença as partidas decisivas, mesmo que jogue mal. E vou explicar.
Jorge Sampaoli assumiu o Atlético na virada de agosto para setembro. Uma temporada que parecia perdida. Definitivamente o Galo de 2025 não andou nas mãos do Cuca. Erros da diretoria, trabalho ruim do Cuca, falta de reforços e jogadores que não renderam o esperado. Vários fatores explicam o ano abaixo do Alvinegro, mas não é o momento de dissertar sobre o peso de cada item no 2025 ruim.
O fato é que o Atlético de 2025 não virou um bom time. É uma equipe que tem alguns talentos e agora sobrevive graças ao bom trabalho de Jorge Sampaoli. A defesa melhorou, a bola área já não é o terror de semanas atrás e vários jogadores que outrora pareciam não ter mais futebol para apresentar com a camisa atleticana se tornaram peças importantes. Diante de um cenário de frustrações acumuladas ao longo da temporada, somado aos títulos perdidos no fim de 2024, o fim de 2025 caminhava para ser traumático.
Agora há uma luz. O fantasma do rebaixamento ainda assusta, mas parece menor do que estava antes do jogo com o Ceará. E a Copa Sul-Americana tem o poder de transformar o ano ruim em um ano de boas recordações. Dois jogos separam o Galo de um título internacional. Lógico que a tarefa não é das mais simples para quem não consegue jogar bem, mas é acessível. O Atlético é capaz de ser campeão, mesmo sem jogar bem. Algo que não fez em quase 11 meses, então não é o que espero até dezembro.
Já para 2026, com a permanência de Jorge Sampaoli e uma boa ajustada no elenco, pode ter certeza que o nível de exigência com as atuações do Atlético vão subir. Afinal de contas, que joga bem está sempre mais perto da vitória. Mas como ainda estamos em 2025, o foco é apenas em vencer. Bora, Galo! Vamos vencer a Sul-Americana!
