Atlético 3 x 1 Sport – Belo Horizonte
O zagueiro Vitor Hugo é o artilheiro do Atlético nesta segunda “Era Jorge Sampaoli”. Com três gols anotados, ele tem três vezes mais gols do que qualquer atacante do elenco alvinegro desde a saída de Cuca e a chegada de Sampaoli. Assim como foi diante do Bolívar, em La Paz, e contra o Mirassol, na Arena MRV, o zagueiro alvinegro balançou as redes adversárias.
É óbvio que os gols potencializam a avaliação de qualquer jogador, não tem como tirar dessa equação os três gols anotados nas últimas sete partidas. Hoje, um número para fazer inveja a qualquer atacante do Atlético. E com Vitor Hugo o Galo voltou a ter uma defesa que ajuda também lá na frente. Mas vale destacar como defensivamente o time alvinegro ganhou mais consistência com o experiente zagueiro de 34 anos.
Claro que o lance que mais vai ser mostrado pelas televisões e a bela finalização que colocou o Galo em vantagem sobre o Sport. Numa jogada que acontece pela segunda vez em três jogos na Arena MRV. Escanteio batido baixo, no primeiro pau, para desvio do Rony e conclusão de alguém melhor melhor colocado. E esse alguém diante de Mirassol e Sport foi o Vitor Hugo.
Porém, o lance que mais me impressionou diante a equipe de Recife foi um belo carrinho para evitar o que seria o gol de Lucas Lima. Após uma boa troca de passes do ataque do Leão, o meia surgiu na frente de Everson, livre, e com grande chance de diminuir o placar, que naquele momento mostrava Atlético 2 x 0 Sport. Lucas Lima finalizou com força, todavia o meia veterano não contava com Vitor Hugo aparecendo do nada.
Quase como se teletransportasse para dentro da área o zagueiro do Galo apareceu e com o carrinho evitou o que seria o primeiro gol do Sport. Vitor Hugo vibrou quase com a mesma intensidade da vibração após fazer 1 a 0. Justo, afinal o peso do lance foi semelhante a um gol. Afinal, naquele momento da partida o Atlético estava acuado e sofria para conter as investidas do lanterna do Brasileirão. Tanto que as duas primeiras trocas de Sampaoli, por opção, já que o treinador havia perdido Lyanco por lesão no primeiro tempo, foram para proteger o gol e preparar a equipe para os contra-ataques. Saíram Bernard e Dudu para as entradas de Natanel e Biel.
Pedido por Cuca, mas pouco utilizado
Vitor Hugo chegou ao Atlético com a temporada já em andamento, tanto que ele não fez parte da conquista do Hexacampeonato. Encostado no Bahia, ele se tornou uma opção para o Galo por indicação de Cuca. Juntos eles foram campeões do Brasileirão pelo Palmeiras, em 2016. Porém, Vitor Hugo não teve tantas chances com o treinador anterior do Atlético. Tanto que dos 21 jogos que disputou com a camisa alvinegra, somente 12 foram sob o comando de Cuca.
Embora indicado por um técnico com quem foi campeão, Vitor Hugo por vezes nem sequer parecia ser uma opção considerada por Cuca. Foram longos períodos sem nem sequer deixar o banco de reservas, enquanto Lyanco e Alonso jogavam até a última gota de suor. Num momento em que Cuca cobrava por reforços e ao mesmo tempo escanteava vários atletas do elenco alvinegro.
Mas tudo mudou com a chegada de Jorge Sampaoli. Vitor Hugo ficou fora somente do primeiro jogo, do clássico com o Cruzeiro. E mais uma vez ele vai ficar fora do clássico, já que está suspenso. Uma pena, mas o defensor precisou fazer uma falta após um passe errado de Ruan. O erro de um companheiro de defesa que custou muito caro, já que o Atlético não vai ter diante do maior rival o jogador mais consistente desde a chegada de Sampaoli.
Enquanto com Cuca foram somente 12 jogos, sendo sete deles como titular, isso num recorte de 31 partidas possíveis, com Sampaoli a história é bem diferente. Vitor Hugo esteve em campo em oito das nove partidas sob o comando do treinador argentino. Sempre como titular. Para não falarem que errei a conta, pois Vitor Hugo tem 21 partidas pelo Galo, sendo 12 com Cuca e oito com Sampaoli, o jogo que falta foi a derrota para o Vitória, quando o time foi dirigido pelo interino Lucas Gonçalves.
Fica para 2026?
O empréstimo de Vitor Hugo para o Atlético se encerra no fim de dezembro. Caso seja interesse do Galo a permanência do jogador, certamente o Bahia vai querer alguma compensação financeira. Mas isso é assunto que a comissão técnica e a diretoria alvinegra. Pagar ou não? E quanto pagar? Isso é com quem comanda o futebol do clube. Mas certamente vale a permanência do defensor.
Isso não é uma opinião baseada somente pelo bom momento de Vitor Hugo dentro de campo. Claro que isso pesa na avaliação, já que hoje ele é titular incontestável de Jorge Sampaoli. Mas é uma análise sobre a montagem do elenco para a próxima temporada, pois nunca é ruim ter um zagueiro veterano no elenco, mesmo que seja no banco de reservas.
Contar com alguém sempre preparado para jogar e que não vai temer jogos difíceis ajuda bastante a caminhada de um time que deseja ser campeão. Para pegar exemplos recentes e somente na história atleticana podemos lembrar de Gilberto Silva, em 2013, Edcarlos, em 2014, e Réver em 2021. Todos veteranos, todos reservas e todos importantes nas conquistas do Galo.
Mais opinião sobre o jogo
Para quem chegou até aqui e ainda desejar ouvir mais sobre o que foi Atlético 3 x 1 Sport, além de análise sobre o momento do time, indico aqui o pós-jogo do Canal do Bolivar.







