O Atlético está na final da Copa Sul-Americana pela primeira vez na história. A cada fase de mata-mata, um jogador se destacou. Se no playoff diante do Bucaramanga-COL foi o goleiro Everson e nas quartas-de-final foi Gustavo Scarpa, o grande nome atleticano nos confrontos com o Independiente del Valle foi Eduardo Pereira Rodrigues, o Dudu, que veste a camisa 92 do Galo. Autor do gol de empate no duelo da ida, no Equador, o atacante comandou o ataque alvinegro na vitória por 3 a 1, na Arena MRV.
Dos pés de Dudu saíram as passes para os dois primeiros gols da noite. Primeiro um toque de calcanhar, que encontrou Guilherme Arana livre, dentro da pequena área. Já a segunda assistência fez parte de uma pintura, daqueles gols que certamente estarão nas listas dos mais bonitos do Galo na temporada 2025. Dudu interceptou a bola, ainda no campo de defesa, e arrancou. Que baita arrancada. Passou por dois marcadores e deixou Bernard na cara do goleiro. O camisa 11 cavou e fez um golaço.
Faço mea culpa. Eu não acreditava no Dudu. Mais do que indicado por Cuca, o atacante foi uma exigência do então treinador do Atlético. Cuca bateu o pé e queria porque queria o Dudu na Cidade do Galo. O jogador ainda estava em litígio com o Cruzeiro e já fazia parte dos planos do Cuca. Na minha visão, seria mais uma indicação errada.
Aos 33 anos, Dudu sofreu uma grave lesão no joelho direito, em agosto de 2023 e operou logo no começo de setembro. Foram quase dez meses sem jogar e o retorno aos gramados aconteceu no fim de junho do ano passado. Mas a temporada 2024 não foi das melhores para o então jogador do Palmeiras. Dudu não conseguiu retomar a condição de titular e deixou o clube após o Brasileirão.
No Cruzeiro as coisas também não correram bem. Dudu chego com status de ídolo, afinal de contas foi na Toca da Raposa que ele começou a carreira. Mas o atacante terminou como reserva, sem ser protagonista em um time que até então não andava dentro de campo. Fora dos planos de Leonardo Jardim, ele trocou de lado em BH. Por todo esse cenário, eu não acreditava em Dudu.
Ou seja, eu errei. Fui moleque. Dudu é hoje o jogador de maior qualidade técnica do Galo.
Sampaoli também acreditou em Dudu
Não foi só Cuca quem acreditou em Dudu. Jorge Sampaoli também viu que o atacante de 33 anos poderia ajudar bastante. O treinador argentino está trabalhando pela quarta vez no futebol brasileiro. Além do Galo, que está na segunda passagem, Sampaoli também treinou o Santos e o Flamengo. Ele conhece bem o Dudu, afinal de contas o ex-camisa 7 do Palmeiras foi um dos principais jogadores do país entre 2015 e 2023.
Foi esse olhar de Sampaoli que fez Dudu resgatar o que tem de melhor: a explosão.
Dudu é um jogador de fino trato com a bola. Um destro que faz um grande estrago nas defesas adversárias quando está na ponta esquerda. Conduzir a bola em velocidade, os cortes secos e o dribles maliciosos marcaram a carreira do atacante que acumula títulos e premiações individuais.
Mas esse Dudu, aquele da época do Palmeiras, ainda não havia chegado à Cidade do Galo. Ou melhor, não estava preparado para ser aquele Dudu. Jorge Sampaoli não teve dúvidas. Sacou Dudu e deixou o atacante aprimorando a parte física, para recuperar essa explosão que ele tem quando parte com a bola dominada para cima do marcador.
O gol de Bernard é o melhor exemplo de como o trabalho feito pela comissão técnica foi capaz de resgatar o Dudu.
🥰🤍🖤🐔 No importa de dónde lo veas, es un golazo: la gran jugada de Dudu y la espectacular definición de Bernard.
— CONMEBOL Sudamericana (@Sudamericana) October 29, 2025
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