Corinthians 1×0 Atlético – São Paulo
Quando Jorge Sampaoli aceitou o convite para comandar o Atlético, o treinador argentino tinha uma avaliação prévia do elenco alvinegro. Na visão do técnico, o Galo tinha jogadores com capacidade de executarem aquilo que ele enxerga de futebol. Sampaoli acreditava que recuperaria aqueles que estavam jogando mal e daria ao Galo um fim de temporada digno.
Mas o treinador estava enganado. Ele mesmo admitiu após a segunda partida no comandado do Galo que encontrou um elenco longe do que ele imaginava que fosse encontrar. “O time está abaixo do que pode, muito abaixo do que eu esperava”, disse Sampaoli depois do empate em 1 a 1 com o Santos, na Arena MRV. “Para o que eu sinto de futebol, precisamos de muita ambição, e isso está faltando um pouco”, completou.
O jogo ruim diante do Santos e a postura da equipe dentro de campo nortearam o treinador argentino para a sequência do trabalho. Sampaoli seguiu trabalhando para recuperar tecnicamente alguns atletas. Arana, Vera, Bernard e Dudu são alguns casos de sucesso. Outros seguem sem apresentar um bom futebol, sendo Hulk o principal exemplo desse grupo.
Ciente que não vai contar com o fino da bola de cada jogador até o fim de 2025, Jorge Sampaoli abriu mão da inspiração e montou um time calçado na transpiração. É um Atlético de muito suor, de muita intensidade. Foi o time alvinegro demonstrou em algumas partidas desde então. Contra o Mirassol, o Juventude, o Sport e o Cruzeiro são os melhores exemplos. Partidas em que o Atlético foi bem, correu bastante e era nítido que suava mais do que pensava.
Mas quando esse time não atinge esse ápice físico, não que os jogadores diminuam o ritmo, mas talvez nem todos do elenco sejam mais capazes de entregar a intensidade que o Atlético precisa. Já que falta bola, não pode faltar suor. Foi o que aconteceu diante do Fluminense.
Mas nesse sábado (18) que começou feliz para os atleticanos, com o inédito título no Campeonato Brasileiro sub-17, termina de forma preocupante. O Galo perdeu para o Corinthians e a torcida volta a fazer as contas contra o rebaixamento. Na derrota por 1 a 0 na Neo Química Arena o Atlético até que correu, mas não ter hoje o que é considerado o time titular faz muita diferença.
A escolha de Sampaoli
Antes do jogo com o Corinthians o Atlético fez um bom clássico diante do Cruzeiro. É verdade que faltou a vitória, mas os jogadores entregaram o máximo (fisicamente falando) no duelo com o maior rival. Depois do jogo com o Corinthians, o Atlético tem o duelo de ida com o Independiente del Valle, do Equador, pela semifinal da Copa Sul-Americana.
Como o jogo é na altitude, em Sangolquí, localizada na área metropolitana de Quito, claramente Jorge Sampaoli fez a escolha pro priorizar o torneio continental. Bem ou mal, na verdade muito mais mal do que bem, o Atlético está a somente três jogos de um título continental. Mesmo numa temporada muito ruim do time.
Ao priorizar o confronto da próxima terça-feira (21), Jorge Sampaoli abriu mão de ter diante do Corinthians uma equipe que fosse capaz de dar a intensidade que o Atlético precisa. Repito, não que os jogadores em campo não deram o máximo, mas o máximo de alguns atletas é abaixo da rotação que o Galo de Sampaoli precisa. O jogo foi muito ruim, dos dois lados, mas especialmente pelo lado mineiro. Um martírio de assistir num sábado à noite.
Por isso, diante do IDV, a expectativa é de um Atlético inteiro fisicamente e capaz de voltar da altitude com um bom resultado, assim como fez diante do Bolívar. Afinal de contas, na altitude é competir e sobreviver. Já sobre o Brasileirão, algumas rodadas atrás o fantasma do rebaixamento ameaçava mais pela falta de futebol do time do que pela pontuação. Agora a situação está invertida. A distância para o Z4 assusta mais do que o campo tem mostrado.
